terça-feira, 15 de março de 2011

Desespero



Quando olhei o céu naquela noite, nada me pareceu igual, as estrelas já não tinham tanto brilho e a noite parecia incrivelmente sombria e aterradora .
Tudo mudara inexplicavelmente ou talvez tenha sido sempre assim, não sei, não encontro explicação.
Talvez tenha sido o meu coração a mudar, penso no que terá acontecido quando ele se foi. Nesse momento senti o meu mundo desabar, caí num abismo tão grande que nunca alcançava o chão.
Até que por fim, deixei de cair, fiquei suspensa numa teia de dor, raiva e medo.
Simplesmente não queria ficar sozinha, queria um porto onde me abrigar da tempestade que pairava sobre mim e que não mostrava qualquer sinal de amainar.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Tempestade




Vejo uma tempestade se aproximar
E não é qualquer tempestade
Essa vem para abalar os céus,
Destruir alicerces, frustrar planos,
Afogar alegrias, dizimar sonhos,
Fazer chorar!
Uma tempestade vem chegando
E com ela muita dor,
Desespero, solidão...
Já não é possível adiar,
É inevitável... Incontestável...
O que fazer? Relaxar... Aceitar... Tenha calma!
Pegue aquele livro velho na estante,
Leia-o, deixe a imaginação fluir,
Sinta a felicidade ilusória,
Pois quando os primeiros ventos
Soprarem na sua porta,
Quando o primeiro trovão
Fizer-te acordar,
Quando o primeiro raio
Destruir tua casa
E quando a primeira gota
Molhar tua face,
Será a hora de enfrentar,
De sofrer, de gritar,
De perceber que não importa
Quão sólida seja sua vida,
Há uma tempestade vindo

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

um sentimento complexo


Por vezes sentimos-nos vazios e incompletos, por vezes nos sentimos perdidos numa escuridão avassaladora e sem fim, tentamos achar uma solução e tudo que encontramos são mais dificuldades e pedras no caminho. Sentimos-nos sozinhos e solitários mesmo envoltos a muitas pessoas.
Minha alma gritante clama por uma resposta que nunca chega, essa insuportável dor transpassa de minha alma e escorre por meus olhos sem aviso. Não sei até quando meu coração suportará tal golpe do destino.
O que mais magoa é saber que essa dor pode não passar e talvez nem cicatrizar, o que poderá amenizar essa dor é o tempo. E o tempo é muito vago para quem espera, severamente angustiante para quem padece aos poucos, e demasiado longo para quem sofre .

A deriva


Sinto-me á deriva num mar calmo e sem vento, onde nada acontece, onde só ficaram as lembranças do que um dia já aconteceu. Porque será?
Sem rumo, parada no meio do nada, sem saber que sentido tomar. Pensei em retomar o sentido anterior que antes eu conhecia, mas isso não é mais possível.
E agora ? Faço o que ?
Tinha um destino marcado, mas por algum motivo, esta parecendo que eu estou me desviando da rota, parece que estou perdida e sem uma bússola para me ajudar.
Parece que me enfiei num redemoinho e estou tentando sair dele, mas não sei como.
As vezes temos um farol que nos ajuda... nos ajuda a caminhar, nos ajuda nas dificuldades, nos ajuda a superar nossos medos e nos ajuda a pular os obstáculos da vida.
Mas e se esse farol de repente se vai, desaparece ou se apaga sem ao menos dizer o porque ?

O sentido de deriva é como uma dor angustiante, de algo impensável, de morte certa, num mar calmo.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Lágrimas de Sangue

Hoje uma saudade incomum maltratou meu espírito.
Senti que meu sangue congelava,
Minha carne endurecia,
Meu peito parecia estar se dilacerando.
Tremia sob um sol de verão.
Um mal estar foi tomando conta de mim.
E aos poucos eu não sabia o que acontecia.
Sentia-me mal!
Gotas de sangue pingavam de meus olhos,
A sua ausência já destruiu minhas veias e coração.
Minhas lagrimas estão vermelhas,
E minha paz, negra.
Por que naquele ultimo abraço
Você levou minha alma junto?
Hoje, olhando para a carta que você escreveu,
Não sei o que sinto.
Não é aquele sentimento de antes,
Mas também não é total indiferença.
Hoje, vendo o que suas palavras dizem,
Percebo que você sempre viveu em entrelinhas,
se escondendo e tentando fujir dos seus próprios sentimentos e medos.
Não consigo olhar pra trás e dizer que não valeu a pena,
pois cada segundo a teu lado foi essencial para minha felicidade.
cada palavras de amor foram como brasas ardentes.
Foi dai que percebi que a saudade que senti e sinto, é por você não estar aqui. 

Observando as montanhas


Peguei-me chorando no meio de uma noite escura e vazia de verão ao observar uma foto de uma montanha. Pareceu-me loucura a principio, porém tentava incansavelmente entender a confusão de sentimentos borbulhantes dentro de mim naquele instante.
Olhava aquela montanha de todos os ângulos, observando cada gotícula de neve e cada centímetro de grama verde tentando entender a magnitude e magnificência de cada detalhe ali proposto. Peguei-me a apreciar cada minúsculo e distinto detalhe que deixamos muitas vezes passar.
Estava a chorar não por causa das montanhas em si, mas por causa do significado que isso tinha em minha vida.
Eu nunca havia achado tempo para observar a beleza das pessoas e muito menos para observar seus pequenos e belos detalhes, e isso me deixou triste. Se por um instante eu pude fazer isso com uma imagem, porque me era tão difícil transpor essa fascinação para as pessoas a minha volta? Porque isso me era demasiado difícil?
São aparentemente perguntas sem explicação.
Porém agora sei em qual direção andar, as montanhas me ensinaram a valorizar cada mínimo detalhe, cada leve expressão e cada delicado toque de um vento. As montanhas me ensinaram a valorizar um sorriso, me ensinaram que a verdadeira beleza está na simplicidade com que cada coisa acontece e me ensinaram a direcionar meus olhos para uma nova direção que nem eu mesma sabia que existia.