quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Observando as montanhas


Peguei-me chorando no meio de uma noite escura e vazia de verão ao observar uma foto de uma montanha. Pareceu-me loucura a principio, porém tentava incansavelmente entender a confusão de sentimentos borbulhantes dentro de mim naquele instante.
Olhava aquela montanha de todos os ângulos, observando cada gotícula de neve e cada centímetro de grama verde tentando entender a magnitude e magnificência de cada detalhe ali proposto. Peguei-me a apreciar cada minúsculo e distinto detalhe que deixamos muitas vezes passar.
Estava a chorar não por causa das montanhas em si, mas por causa do significado que isso tinha em minha vida.
Eu nunca havia achado tempo para observar a beleza das pessoas e muito menos para observar seus pequenos e belos detalhes, e isso me deixou triste. Se por um instante eu pude fazer isso com uma imagem, porque me era tão difícil transpor essa fascinação para as pessoas a minha volta? Porque isso me era demasiado difícil?
São aparentemente perguntas sem explicação.
Porém agora sei em qual direção andar, as montanhas me ensinaram a valorizar cada mínimo detalhe, cada leve expressão e cada delicado toque de um vento. As montanhas me ensinaram a valorizar um sorriso, me ensinaram que a verdadeira beleza está na simplicidade com que cada coisa acontece e me ensinaram a direcionar meus olhos para uma nova direção que nem eu mesma sabia que existia.

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