terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

eu, minha alma e o Senhor


Oh parte intocável, inexata,extensa e ilimitada de mim.
Habita em mim o concavo misterioso da alma, que me revela segredos e coragens nunca antes alcançados.
Permanecemos assim, eu em minha alma e ela em mim. Completamos um ao outro, ela no ar da graça e na intervenção ousada de quase explodir, e eu na pobre covardia de pausa-la, como se puxasse o freio de um cavalo pronto para a largada. É a minha constante necessidade de preocupar-me em satisfazer o que está por fora, esse tipo de vontade cria muros ao redor da alma, a impede de voar.
Ela me conhece. Eu estou todo desenhado detalhadamente nela, cada defeito e qualidade, cada cílio, cabelo, desejo,pecado. Eu não a conheço, não posso. Estou para alma como meus olhos para as estrelas do firmamento, ela me encanta, me eleva, me faz querer não parar de olha-la e contempla-la, estou sempre em contato com ela, porém, me é impossivel conhece-la por completo.
Só há uma pessoa capaz de compreender totalmente minha alma e faze-la render-se por completo no mar de paixão e amor que lhe oferece. Ela pula Nele, como eu quando criança corria para pular na cama feita que exalava cheio gostoso de amaciante e lençol limpinho.  Minha alma pula em Deus.
Quando eu não tenho reservas, quando eu não construo a muralha da dúvida, ela se lança por completo no colo de Deus. E assim ficamos os três: Deus, minha alma e eu. Um que se entrega para o outro, um que aprende do outro, um deitado sobre o peito do outro, ouvindo o palpitar orquestral do coração alegre por se sentir acolhido e amado. Compreendido.
Ah que desejo em meu peito, de doar-se por completo, quero libertar minha alma para corrermos juntos até voar o mais alto céus em busca do acolhedor, do amado.
Deixa ela voar. Deixa a alma voar.
“A alma que mantém coesa minha substancia, pérola no concavo da concha, vai entregar-se um dia por completo.”

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